Exames mais comuns em uma clínica de olhos
Quando um paciente vem para consulta em nossa clínica de olhos, meu papel é entender as queixas apresentadas e propor opções de tratamento para melhorá-las. Mas, na minha opinião, o papel dos oftalmologistas vai além disso.
Considero que temos também o dever de procurar por alterações e doenças que os pacientes não têm queixas. Assim, procuro identificar sinais precoces antes que tragam sintomas aos pacientes. Existem várias formas de buscar as doenças oftalmológicas em pacientes assintomáticos, e isso que vou explicar aqui nesse texto.
Pacientes sem queixas específicas de doenças devem ser submetidos periodicamente a exame refracional, mapeamento de retina e tonometria de aplanação (que é a medida da pressão do olho).
O primeiro e mais simples passo é o paciente explicar sobre sua história familiar. Por exemplo, um paciente que tem algum parente acometido por degeneração macular relacionada a idade – DMRI, tem que ser submetido aos exames da avaliação multimodal dessa doença. Através da retinografia, mapeamento de retina, auto-fluorescência, tomografia de coerência óptica – OCT, e outros exames, podemos identificar sinais precoces da doença e orientar mudanças para prevenir a velocidade de progressão.
Para pacientes que têm histórico familiar de glaucoma, os exames incluem retinografia, tonometria, campo visual, paquimetria, gonioscopia, tomografia de coerência óptica – OCT e outros que são individualizados.
Pacientes diabéticos devem ser submetidos a exames periódicos, que incluem mapeamento de retina e retinografia. Caso alguma alteração seja encontrada, partimos para exames mais específicos, como angiografia, tomografia de coerência óptica – OCT e ultrassonografia.
Além desses pacientes com histórico familiar, ao examinar um paciente, levamos em consideração a sua idade e correlacionamos as principais doenças que podem levar a perda visual naquela faixa etária. Existem doenças que não estão presentes em uma fase da vida, mas com o avançar da idade podem aparecer, e é papel do médico fazer a busca ativa de sinais delas.
Como exemplo, pacientes acima dos 40 anos de idade devem ser submetidos a exames para busca ativa de glaucoma. Já pacientes acima de 60 anos têm que ser examinados buscando sinais de catarata e degeneração macular relacionada a idade – DMRI. Crianças devem ser avaliadas para verificar a presença de estrabismo e graus altos que possam prejudicar o desenvolvimento. Em cada faixa etária existem doenças mais prevalentes e devemos realizar os exames necessários para excluir a presença delas.
Quando um paciente entra em uma clínica de olhos, como a Viver oftalmologia, deve saber explicar sobre suas queixas, histórico pessoal e familiar de doenças sistêmica e oftalmológicas, além dos remédios que usa. Unindo essas informações com o exame clínico, o oftalmologista consegue fazer a solicitação dos exames mais adequados para aquela pessoa e, com isso, identificar possíveis doenças antes mesmo que o paciente apresente queixas.
Esta é a maneira mais certeira de conciliar a avaliação multimodal de exames em oftalmologia com as necessidades de cada pessoa. Não existem exames padrão que devam ser realizados em todos e que dão todos os diagnósticos. Cada pessoa deve receber uma avaliação personalizada.
Ficou com alguma dúvida em relação aos exames mais comuns em uma clinica de olhos? Manda pra mim.
Dr Emmerson Badaró