Como fazer a reabilitação visual

A reabilitação da visão subnormal visa otimizar o uso da visão residual após uma perda de visão, mas também visa ensinar habilidades a fim de melhorar o funcionamento visual na vida diária. Outros objetivos incluem ajudar as pessoas a se adaptarem à perda permanente da visão e melhorar o aspecto psicossocial. 

Essas habilidades promovem a independência e a participação ativa na sociedade, além de autonomia das escolhas de vida. A reabilitação da visão subnormal deve, em última análise, melhorar a qualidade de vida para pessoas com deficiência visual.

A reabilitação da visão subnormal não está disponível em todos os lugares e, quando presente, é organizada de forma diferente em cada um deles. Diferentes técnicas de reabilitação e tratamento são realizadas em serviços de atendimento diferentes, e resultados também variam. Eu acredito que é importante uma metodologia de trabalho baseada na ciência e focada no resultado para o paciente, individualizando  as condutas para cada pessoa diferente que nos procura.

Como os recursos atuais, podemos fornecer ajuda real e significativa para pacientes com deficiência visual na maioria das situações, mudando o curso de suas vidas e trazendo independência para realiar as atividades sem precisar de ajuda de outras pessoas. Dentre os recursos que existem, estão desde lupas de aumento de mão ou tão complexo como uma prótese retiniana. Eu acredito que estamos iniciando uma nova era de recursos ópticos, e que estamos apenas o começo de coisas boas que ainda estão por vir.

A ampliação das imagens é o principal método e objetivo da ajuda e reabilitação de pacientes com baixa visão. Este método fornece resultados satisfatórios no reabilitação de pacientes com perda de campo visual central, especialmente para ler. Os pacientes que se mais se beneficiam dessa estratégia são os que apresentam degeneração macular relacionada a idade (DMRI), distrofias maculares e outras maculopatias, melhorando a velocidade e qualidade de atividades para perto. 

No entanto, em pacientes com perda de visão periférica, como na retinite pigmentosa e glaucoma, ampliação pode reduzir ainda mais a visão existente em vez de ser útil se o campo visual do paciente tornou-se muito estreito. Nesse caso, telescópios que expandem o campo visual (telescópios reversos) podem ser a opção.

O uso de devices e aplicativos de smartphones trouxe novas perspectivas na reabilitação visual. Através do uso de tecnologias, é possível realizar aumento e magnificação de imagens e textos, reconhecimento de imagens e pessoas através das câmeras e leitura de textos e imagens.

Os recursos atualmente existentes são inúmeros e estão crescendo cada vez mais em qualidade e quantidade. Considero que seja de extrema relavância o oftalmologista participar do processo de reabilitação visual, uma vez que conhece a fundo as doenças e suas limitações, podendo usar esse conhecimento técnico em prol de personalização do paciente que está nos buscando. 

Alinhando essas informações, a chance de um resultado positivo aumenta muito. O principal beneficiado desse conjunto de ações é o PACIENTE.

Te convido a ler outros textos que temos sobre esse assunto de reabilitação visual aqui no nosso blog e ver os vídeos no canal do Youtube. Se você tiver alguma dúvida ou sugestão de tema, mande para mim.

Nos vemos
Dr Emmerson Badaró

SOBRE O AUTOR

Dr. Emmerson Badaró

Especialista em retina clínica e cirúrgica com sub-especialização em mácula pela Escola Paulista de Medicina, Unifesp. Possui doutorado pela mesma instituição e pela Tufts Medical Center, de Boston, EUA. Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, é autor de diversos capítulos de livros e artigos de oftalmologia.

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