Retinopatia diabética proliferativa – o que é?

Eu falo muito com vocês aqui no blog sobre a Retinopatia Diabética. Tenho muitos textos sobre o assunto, em suas mais diversas formas de apresentação e sintomas. Te convido a ler eles para entender sobre esse assunto tão importante para todos, principalmente para quem tem diabetes.

Hoje eu quero falar com você especificamente sobre um tipo de retinopatia diabética, que é a proliferativa. A retinopatia diabética proliferativa é um estágio avançado da doença e acontece como resultado dos efeitos do diabetes (tipo I, tipo II e também pelo diabetes gestacional) nos vasos sanguíneos da retina, um tecido que reveste o olho internamente. 

Como a prevalência global de diabetes é muito alta, muita gente está nesse estágio da doença, que é atualmente uma das principais causas de deficiência visual em todo o mundo.

A retinopatia diabética proliferativa ocorre quando o crescimento de vasos sanguíneos anormais que se estendem pela superfície da retina e que podem invadir o conteúdo gelatinoso do olho, o vítreo. Quando os vasos proliferativos se rompem, levam a hemorragia vítrea, que diminui significativamente a visão. Além disso, tecido fibroso pode crescer sobre os novos vasos sanguíneos e distorcer a visão. E ainda, se o tecido fibroso se contrair, ele puxa a retina causando um descolamento tracional da retina.

A retinopatia diabética proliferativa é potencialmente grave e apresenta grande risco de perda de visão. É diagnosticada quando os vasos da retina ou do nervo óptico não conseguem trazer os nutrientes para o fundo do olho e por consequência há formação de vasos anormais que causam o sangramento, podendo ocorrer:

  • Descolamento da Retina Tracional: há formação de cicatrizes no vítreo e na retina que evoluem para o descolamento da retina.
  • Descolamento da Retina Tracional e Regmatogênico: as cicatrizes causam um buraco na retina levando ao descolamento.
  • Hemorragia Vítrea: os vasos anormais sangram e causam embaçamento da visão.
  • Glaucoma Neovascular: os vasos anormais crescem e fazem a pressão do olho subir e machucar o nervo óptico, o que causa dor ocular.

O curioso é que, em estágios iniciais, a retinopatia diabética proliferativa geralmente não apresenta sintomas visuais. Somente o exame com a pupila dilatada pode detectar. Daí o porquê de eu sempre enfatizar aqui com vocês a importância dos exames de rotina na prevenção da perda visual, principalmente em pacientes que têm diabetes. 

Quando geram sintomas, esses são: 

  • Visão embaçada;
  • Manchas na visão;
  • Distorção na visão;
  • Perda da visão central ou periférica.

Vale lembrar que os pacientes diabéticos devem realizar pelo menos um exame de fundo de olho por ano. Se tiver alguma alteração, o exame vai ser repetido com frequência maior que vai ser determinada pelo seu médico oftalmologista especialista em retina. 

Tem alguma dúvida sobre a retinopatia diabética proliferativa?

Dr Emmerson Badaró
Viver oftalmologia

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