Classificação da retinopatia diabética

A retinopatia diabética, como já disse em vários outros textos aqui do nosso blog, é uma das mais importantes doenças que podem acometer o olho de uma pessoa e que tem maior impacto na nossa sociedade. Digo isso porque ela é a principal causa de baixa visual em pessoas em idade produtiva, e também pelo fato de o diabetes acometer cerca de 9% da população brasileira, ou seja, cerca 1 em cada 10 brasileiros tem diabetes. Grande impacto na nossa vida, não é?

Pois bem, mas como é a classificação da retinopatia diabética e como o paciente conhecer esta classificação pode afetar de maneira positiva a vida de um paciente? É isso que eu quero abordar aqui com vocês nesse texto.

A retinopatia diabética pode receber duas classificações diferentes: uma relacionada ao edema macular e outra relacionada a retina como um todo. Essas duas classificações existem pois um paciente que apresenta leves alterações maculares podem ter grandes alterações na retina e vice-versa. Por isso, é importante que cada paciente seja avaliado levando em consideração esses dois aspectos.

Para fazer a classificação de cada paciente, o médico lança mão de exame clínico e de avaliação multimodal, que compreende a realização de exames complementares que incluem diversos exames, dentre eles o mapeamento de retina, retinografia, angiografia com fluoresceína e tomografia de coerência óptica – OCT, além de outros que devem ser avaliados caso a caso.

Classificação da retinopatia diabética

Gravidade da retinopatia
Sem retinopatia diabéticaSem alterações
Retinopatia diabética não proliferativa leveMicroaneurismas
Retinopatia diabética não proliferativa moderadaAchados mais abundantes que na retinopatia não proliferativa leve, e menos abundantes que na retinopatia não proliferativa grave
Retinopatia diabética não proliferativa gravePresença de um dos seguintes achados: mais de 20 hemorragias retinianas em cada um dos quatro quadrantes retinianos, ensalsichamento venoso em dois quadrantes ou microanormalidades vasculares intrarretinianas em um quadrante
Retinopatia diabética proliferativaPresença de neovasos, hemorragia vítrea ou pré retiniana

Classificação do edema macular diabético

Gravidade do edema macular diabético
AusenteAusência de espessamento macular ao exame clínico e na OCT
PresentePresença de espessamento, exsudatos duros e/ou microaneurismas no polo posterior.

É muito importante que todos os pacientes sejam avaliados e classificados de acordo com os critérios acima descritos. Uma vez que isso seja feito, podemos fazer a indicação correta do tratamento e do acompanhamento de cada paciente. É para isso que a classificação serve. Pacientes que progridem para estágios mais graves com o passar do tempo devem ter tratamentos e retornos intensificados para impedir que tenham baixa visual.

É interessante salientar também que a presença de retinopatia diabética aos exames não necessariamente tem relação com baixa visual. Ou seja, um paciente pode ter edema macular diabético e retinopatia diabética e não ter baixa visual. Aí está a importância dos exames periódicos.

Converse com seu médico sobre qual a periodicidade ideal de retornos e sobre tratamentos adequados ao seu caso. Não descuide da retinopatia diabética. Estamos aqui para ajudar no controle desta doença. Conte conosco para isso.

Nos vemos

Dr Emmerson Badaró

SOBRE O AUTOR

Dr. Emmerson Badaró

Especialista em retina clínica e cirúrgica com sub-especialização em mácula pela Escola Paulista de Medicina, Unifesp. Possui doutorado pela mesma instituição e pela Tufts Medical Center, de Boston, EUA. Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, é autor de diversos capítulos de livros e artigos de oftalmologia.

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