Alterações oftalmológicas na Síndrome de Down – T21

A Síndrome de Down é uma condição genética caracterizada pela presença adicional de um cromossomo 21 nas células do corpo, o que faz com que o indivíduo apresente algumas características que precisam ser acompanhadas com atenção. A maioria dessas alterações não tem repercussão na vida da pessoa, mas eu considero importante informar sobre quais são essas e também sobre quais são os sinais de alerta das alterações que podem sim ter relevância e maiores cuidados.

Desde o nascimento, os pais de crianças com trissomia do 21 estão acostumados a levá-las a diversas terapias, como fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. Além disso, lá se vão consultas com vários especialistas, como cardiologista, otorrino e oftalmo.

É sabido que cerca de 80% da nossa interação ambiental vem através de informações visuais. Ou seja, 80% do que aprendemos vem através da visão. Daí a importância de estar em constante vigilância se o desenvolvimento visual está ocorrendo da maneira correta e não perdermos a oportunidade de estimular ao máximo o aprendizado dos nossos filhos. 

A integração sensorial é essencial ao desenvolvimento cognitivo completo dessa criança, e a visão tem papel central nesse processo. Qualquer problema de visão pode ter um grande impacto no seu desenvolvimento. 

Entretanto, nem todas as alterações que portadores de T21 apresentam são doenças e nem todas levam a alterações da visão. Algumas são constitucionais e sem relevância no desenvolvimento da visão. Por isso, é muito importante que você leve seu filho a um oftalmologista que esteja acostumado a examinar e tratar crianças com T21.

Então vou separar aqui algumas as alterações oculares na T21 que NÃO tem repercussão visual:

  • Fendas palpebrais estreitas e oblíquas, 
  • Epicanto
  • Manchas de Brushfield

Entretanto, é importante que os pais e as crianças fiquem atentos ao desenvolvimento visual e qualquer sinal de baixa da acuidade visual deve ser avaliada imediatamente:

  • Ametropias – ou seja, grau de óculos 
  • Estrabismo
  • Blefarite
  • Obstrução das vias lacrimais
  • Alterações retinianas
  • Ambliopia
  • Nistagmo
  • Catarata
  • Ceratocone.

A maioria das condições é tratável se identificada no momento adequado e tratada pelo especialista. Seja por uso de óculos, tratamentos clínicos específicos ou intervenção cirúrgica, a maioria é reversível. 

E é isso que quero enfatizar com você: é de extrema importância que seja feito precocemente o diagnóstico e acompanhamento periódico com o oftalmologista.

Aqui no blog eu estou com diversos textos explicando sobre as alterações oftalmológicas na Trissomia do 21, de maneira específica. Tenho também textos sobre como identificar sinais de alerta de que seu filho pode não estar enxergando bem e a frequência que deve ser levado ao oftalmologista. Leia para saber mais.

Se preferir, assista aos vídeos no canal do YouTube clicando no link.

Se você tiver alguma dúvida sobre o assunto, mande para mim ou procure seu oftalmologista de confiança.

Nos vemos num próximo texto.

Dr Emmerson Badaró
Pós doutorado pela Escola Paulista de Medicina – Unifesp

Compartilhe com alguém!