Oclusão da veia central da retina

O que é

A oclusão da veia central da retina é uma das causas mais comuns de baixa visual em idosos. É também a segunda causa mais comum de perda visual com origem em doenças vasculares, perdendo somente para a retinopatia diabética.

Fatores de risco

  • Idade avançada – é o principal
  • Glaucoma
  • Hipertensão arterial
  • Diabetes
  • Fumo
  • Uso de anticoncepcionais orais
  • Aumento da pressão ocular e glaucoma
  • Doenças reumatológicas
  • Doenças hematológicas

Como podemos ver acima, vários fatores de risco são controláveis e evitáveis, e devemos manter especial atenção em um paciente que já apresenta esses fatores de risco para prevenir a doença.

Sintomas

O paciente com oclusão da veia central da retina queixa de perda unilateral da visão de forma aguda, indolor de intensidade moderada a severa.

A oclusão da veia central da retina pode se apresentar de 2 maneiras distintas clinicamente: isquêmica ou não isquêmica. A diferença entre elas é o grau de obstrução dos capilares terminais da retina. Isso leva a grandes diferenças na clínica, grau de perda visual e prognóstico.

A forma não isquêmica é a mais comum, correspondendo a cerca de 75% dos casos. Se apresenta com perda visual súbita, indolor e unilateral, que geralmente é melhor que 20/200.

A forma isquêmica é mais grave, com perda visual muito severa causada pela hipóxia do fechamento dos capilares.

Em ambas as formas, pode ocorrer baixa visual por edema e isquemia de mácula, neovascularização da retina, descolamento de retina e hemorragias.

Diagnóstico

Para realizar uma avaliação completa do paciente com suspeita de oclusão de veia central da retina, lançamos mão da avaliação multimodal, que envolve a realização e correlação de diversos exames. Esses exames, em conjunto, nos dão uma dimensão mais certeira do acometimento do olho e nos ajudam a realizar o diagnóstico correto e instituir o tratamento certo e individualizado para cada paciente.

  • Retinografia e mapeamento de retina
  • Angiografia com fluoresceína
  • Tomografia de coerência óptica – OCT
  • Eletrofisiologia ocular
  • Autofluorescência

Além dos exames oftalmológicos, é necessário realizar uma rigorosa investigação sistêmica dos fatores de risco. O objetivo é controla-los e evitar lesões em outros órgãos.

Tratamento

O tratamento da oclusão da veia central da retina depende da forma de apresentação e da presença de edema de mácula.

Para entender sobre o tratamento do edema de mácula, leia nosso texto sobre o assunto aqui no nosso site. Lucentis, Eylea, Ozurdex são as principais armas para tratamento do edema macular. Em geral são necessárias diversas aplicações de medicamentos para obter o melhor resultado, e não é incomum ocorrerem recidivas do edema.

O tratamento a laser não é indicado para o edema de mácula causado por oclusão da veia central da retina por não mostrar resultado de melhora visual. Já para tratamento da neovascularização, o laser de retina tem efeito satisfatório.

Cirurgia

pode ser necessária em casos de hemorragia vítrea, glaucoma secundário ou aumento da pressão intra ocular.

Além do tratamento da fase aguda, é muito importante o acompanhamento periódico. Isso tem por objetivo evitar complicações, como o temido glaucoma neovascular. Esta é uma grave complicação que tipicamente se desenvolve cerca de 100 dias após a queixa inicial. Por isso, é conhecido como “glaucoma dos 100 dias”. Leva a baixa visual, dor, hiperemia, náuseas e perda visual permanente.

A oclusão de veia central da retina é uma doença muito comum e potencialmente grave, que acomete principalmente idosos e pacientes portadores de doenças sistêmicas. Por isso, caso o paciente apresente os fatores de risco acima listados, tenha especial atenção para controlar os modificáveis e buscar atendimento oftalmológico precoce quando algum dos sintomas aparecerem.

Ficou com alguma dúvida em relação a oclusão da veia central da retina? Mande para mim.

Dr Emmerson Badaró