Estrias angióides

As estrias angióides são alterações da retina e coróide que levam ao aparecimento de linhas de enfraquecimento no fundo de olho que se assemelham a vasos sanguíneos, daí receberem esse nome.

Sintomas

as estrias angióides são geralmente assintomáticas, ou seja são diagnosticadas em exame de rotina e não levam a queixas visuais. Em alguns casos podem causar baixa visual se ocorrer envolvimento da mácula por alguma complicação, como neovascularização coróide ou hemorragia sub-retiniana.

Diagnóstico

a aparência do fundo de olho é caracterizada por um anel de atrofia peripapilar do qual numerosas estrias finas e irregulares irradiam em um padrão circunferencial característico. As estrias são geralmente bilaterais e simétricas. Outros exames podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico, como angiografia por fluoresceína, auto-fluorescência, red-free e tomografia de coerência óptica – OCT. Esses exames, além de auxiliarem no diagnóstico das estrias angióides, também são importantes para avaliar possíveis complicações oculares.

É comum realizar o diagnóstico quando o paciente vem encaminhado por outra especialidade por já ter o diagnóstico de alguma doença associada, como as listadas abaixo.

Associações

Oculares

membrana neovascular subretiniana, hemorragia subretiniana, envolvimento foveal de uma estria na mácula e drusas de papila.

Sistêmicas

as principais doenças sistêmicas associadas às estrias angióides são pseudoxantoma elástico, doença óssea de Paget, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, Síndrome de Ehler-Danlos. Em cerca de 50% dos casos não são encontradas associações com outras doenças sistêmicas, e por isso são consideradas idiopáticas.

Tratamento

as estrias angióides em si não necessitam de tratamento quando não geram sintomas. O tratamento só é indicado quando existe alguma complicação secundária.

Quando a neovascularização coróide associada está presente, a fotocoagulação a laser e a terapia fotodinâmica eram tradicionalmente usadas no passado, com resultados limitados e recorrências frequentes. O advento do tratamento com injeções intravítreas de medicamentos anti-angiogênicos levou a resultados mais promissores.

Pacientes com um diagnóstico estabelecido de estrias angióides são mais suscetíveis à ruptura de coróide e devem ser incentivados a usar óculos de proteção ocular para evitar traumatismo contuso no olho. Além disso, devem ser desencorajados a realiar atividades que possam levar a traumatismo ocular, como esportes com risco de contato físico.

Uma estratégia de acompanhamento de um paciente com estrias angióides inclui determinar se existe alguma associação sistêmica subjacente e se existe alguma complicação ocular secundária.

Todos os pacientes com estrias angióides devem ser rastreados quanto a possíveis associações sistêmicas. O exame de membros da família pode dar uma pista para a doença sistêmica e identificar portadores assintomáticos. A colaboração entre profissionais de várias especialidades é importante para associações sistêmicas, principalmente pseudoxantoma elástico e doença falciforme.

Se ainda tem alguma dúvida sobre as estrias angióides, mande para mim.

Dr Emmerson Badaró