Retinopatia hipertensiva
A hipertensão arterial sistêmica pode levar a vários efeitos adversos nos olhos. A hipertensão pode causar retinopatia, neuropatia óptica e coroidopatia. Este texto se concentra principalmente na retinopatia hipertensiva, que é a apresentação ocular mais comum.
Os fatores de risco para hipertensão incluem dieta rica em sal, obesidade, fumo, uso de álcool, histórico familiar, estresse e origem étnica, principalmente asiáticos e afrodescendentes. O principal risco de retinopatia hipertensiva arteriosclerótica é a duração da pressão arterial elevada. O principal fator de risco para hipertensão maligna é o amento súbito da pressão arterial.
A lesão ocular causada pela hipertensão arterial pode ser dividida em 2 grandes grupos
Lesões agudas
causadas por aumento súbito da pressão arterial, levam a retinopatia, coroidopatia e neuropatia agudas. Causam infartos oculares e baixa visual severa Se não baixados os níveis de pressão rapidamente, a hipertensão maliga pode ter prognóstico ruim, podendo levar a desfecho desfavorável e inclusive a morte.
Lesões crônicas
causam alterações lentamente progressivas no olho, e o paciente pode não ter queixas. Em geral são detectadas em exame de rotina durante uma consulta com o oftalmologista. Podem ocorrer oclusões vasculares, redução do calibre vascular, hemorragias retinianas, perda de fibras nervosas e má perfusão.
Prevenção pimária
Para evitar da retinopatia hipertensiva se instaurar, O monitoramento e tratamento rotineiros da pressão arterial sistêmica são essenciais. Quando o aumento da pressão arterial é efetivo, não ocorre retinopatia hipertensiva.
Sintomas
A maioria dos pacientes com retinopatia hipertensiva é assintomática. No entanto, os pacientes sintomáticos geralmente apresentam dores de cabeça e visão turva.
Diagnóstico
A retinopatia hipertensiva é diagnosticada com base em sua aparência clínica no exame com a pupila dilatada e presença de hipertensão arterial. Exames de mapeamento de retina e retinografia auxiliam no diagnóstico e para excluir outras hipóteses diagnósticas. Em alguns pacientes que apresentam valores normais de pressão arterial medidos, podem ser necessários exames de monitorização ambulatorial da pressão por 24h, visando identificar picos de pressão não medidos no consultório com uma única medida.
O diagnóstico diferencial da retinopatia hipertensiva inclui principalmente a retinopatia diabética. A retinopatia diabética pode ser diferenciada da retinopatia hipertensiva pela avaliação de doenças sistêmicas individuais, e podem coexistir no mesmo paciente. Outras condições que podem se assemelhar à retinopatia hipertensiva incluem retinopatia por radiação, anemia e outras discrasias sanguíneas, síndrome isquêmica ocular e oclusões vasculares da retina, incluindo de veias ou de artérias. As condições com edema do disco óptico também incluem papilopatia diabética, neuropatia óptica isquêmica anterior e neurorretinite.
Tratamento
O principal tratamento a longo prazo é o controle da pressão arterial. É importante trabalhar em conjunto com o clínico ou com o cardiologista para instituir cuidados primários do paciente e para reduzir os danos oculares e sistêmicos.
Caso existam queixas de baixa visual, podem ser necessários tratamentos específicos no olho, como laser de retina, injeções intra-vítreas de medicamentos anti angiogênicos ou de corticóide.
Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a retinopatia hipertensiva, mande para mim.
Dr Emmerson Badaró