Síndrome de Irvine Gass

A síndrome de Irvine Gass é um tipo especial de edema macular, quando acomete pacientes depois de realizada cirurgia de catarata. A ocorrência de edema macular atinge o pico em aproximadamente 4-6 semanas no pós-operatório. Na maioria das vezes o edema é discreto e nem percebido pelo paciente. Em alguns casos pode levar a sintomas.

Sintomas 

A apresentação mais comum é a visão embaçada. Apresentações menos comuns incluem perdas visuais centrais, metamorfopsia e fotofobia leve.

Apesar de poder ocorrem em pacientes que não tem nenhuma patologia e que tenham sido submetidos a cirurgia oftalmológica sem itercorrências, os fatores de risco abaixo listados aumentam a probabilidade do edema surgir:

  • Diabetes
  • Uveítes
  • Uso de medicação de prostaglandina para tratamento de glaucoma
  • Alterações induzidas por uma cirurgia oftalmológica, como perda e tração vítrea nos locais de incisão, vitrectomia para fragmentos de lente retidos, trauma de íris, ruptura da cápsula posterior, luxação da lente intra-ocular, capsulotomia pós-operatória precoce, lentes intra-oculares fixadas na íris, lentes intraoculares da câmara anterior.

Diagnóstico

Uma vez feita a suspeira diagnóstico, este é confirmado através da solicitação de exames complementares e avaliação multimodal. Dentre esses exames, incluimos princialmente tomografia de coerência óptica – OCT, retinografia, mapeamento de retina e angiografia por fluoresceína.

Na angiografia com fluoresceína, a síndrome de Irvine Gass clássica é caracterizada por manchas com padrão cístico “petalóide” na mácula. Alterações cistóides também podem ser aparentes nas áreas fovea e extramacular. A coloração do nervo óptico também é aumentada e característica. A angiografia com fluoresceína é atualmente o padrão ouro para diagnóstico.

A tomografia de coerência óptica – OCT – permite quantificar e acompanhar o tamanho do edema, servindo como padrão de acompanhamento do tratamento. É atualmente o padrão ouro de acompanhamento do tratamento da síndrome de Irvine Gass, já que mostra a redução do edema e possíveis recidivas.

Tratamento e profilaxia

Não há tratamento padronizado ou protocolo profilático para a síndrome de Irvine Gass em pós operatório de cirurgias oftalmológicas. Isso porque há uma falta de evidências científicas fortes sobre a eficácia da profilaxia em todos os pacientes. A falta de evidência talvez se deva ao fato de que a maioria dos casos se resolve espontaneamente.

No entanto, quando há baixa visual ou outras queixas, a Síndrome de Irvine Gass deve ser tratada. O tratamento pode ser realizado com colírios de anti-inflamatórios, injeção intravítrea de medicamentos anti-angiogênicos, injeção intra vítrea de corticóides, laser e cirurgia de vitrectomia.

Caso tenha alguma outra dúvida sobre a síndrome de Irvine Gass, mande para mim.

Nos vemos,

Dr Emmerson Badaró