Oclusão da artéria da retina: tudo o que você precisa saber

Similar a um infarto para coração e a um AVC isquêmico para o cérebro, a oclusão da artéria da retina leva a uma interrupção abrupta e severa do fluxo de sangue para o olho. Com isso, ocorre isquemia da retina, estrutura onde se localizam os fotorreceptores.

Sem receber sangue, estas células não captam a luz nem transmitem o estímulo visual ao cérebro. Ou seja, há perda visual aguda e severa.

Caso não seja tratada imediatamente, em questão de poucos minutos ocorre morte das células da retina e o dano pode se tornar permanente.

Por isso é tão importante o controle dos fatores de risco para que a oclusão da artéria da retina seja evitada, já que o tratamento tem resultados desanimadores em grande parte dos pacientes.

Fatores de Risco

Os fatores de risco e demografia para ocorrer a oclusão da artéria da retina são similares ao do infarto do coração e do AVC isquêmico.

Os principais fatores de risco são:

  • Idade avançada;
  • Sexo masculino;
  • Fumo;
  • Hipertensão arterial sistêmica;
  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Dislipidemia;
  • Doença cardiovascular;
  • Doenças reumatológicas;
  • Doenças hematológicas.

Sintomas

O paciente se queixa de baixa visual muito severa, indolor, aguda (usualmente em poucos segundos). O nível de baixa visual depende da região acometida, podendo ser perda total quando toda a retina é acometida ou perda de parte de campo visual (superior ou inferior) quando somente parte dela é acometida.

Antes do episódio de maior gravidade, é comum ocorrerem episódios conhecidos como amaurose fugaz. Eles consistem em perdas visuais de gravidade variável e com melhora espontânea em poucos segundos ou minutos. Esses episódios de amaurose fugaz podem evoluir para oclusão total da artéria da retina.

Tratamento

O tratamento da oclusão da artéria da retina é realizado na fase aguda para tentar devolver a visão do paciente. Apesar disso, o resultado nem sempre é satisfatório, dado a gravidade da doença.

  • Opções de tratamento são:
  • Massagem ocular tentando mudar o embolo de posição;
  • Paracentese de câmara anterior;
  • Injeção intra vítrea de tPA.

Acompanhamento

Após o evento agudo, o paciente deve ser acompanhado periodicamente para prevenir complicações que podem ocorrer.

A principal delas é a neovascularização da íris e da retina, que pode levar a intensa dor ocular e deve ser tratada para evitar futuras queixas.

Além disso, é muito importante que o paciente seja avaliado clinicamente em busca de fatores de risco acima listados. O objetivo é identificar sinais que possam levar a oclusão em outros locais do organismo e no outro olho.

Somente através de uma avaliação completa estaremos prevenindo que ocorram oclusões arteriais em outros locais do corpo.

Para saber mais, continue acompanhando nosso blog e para consultas e exames, faça seu agendamento online.

SOBRE O AUTOR

Dr. Emmerson Badaró

Especialista em retina clínica e cirúrgica com sub-especialização em mácula pela Escola Paulista de Medicina, Unifesp. Possui doutorado pela mesma instituição e pela Tufts Medical Center, de Boston, EUA. Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, é autor de diversos capítulos de livros e artigos de oftalmologia.

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